De noite...
De repente o vazio. No momento preciso em que não estávamos à espera. O vazio. Sabes como é, claro. Quando se perde a direcção e o sentido e o tempo é uma muralha levantada à nossa frente. O tempo, por vezes, até parece que somos nós que o fazemos, que somos nós que temos que o fazer. [...]
Fecho os olhos e vejo-te. Vens a mim quando não te quero. Há coisas que não se devem querer. Tu és uma delas, doce veneno. Corremos sem saber se vamos a tempo de saltar. Se queremos. Nesta existência precipitada, imprevisível. De noite. Pequenos nadas.
(Nos teus braços morreríamos, Pedro Paixão)