memórias residuais: July 2006

Friday 28 July 2006

Flutuando...


Largaram-me a mil metros do chão
Reparo o sol que se afasta no ar
Rasgo caminho onde o vento dormia
Adormeço sentidos no meu furacão
Enquanto sol anuncia o dia
Sinto o meu corpo, desamparado, deslizar...

Enquanto caía a terra rachou
E eu via a queda ainda mais funda
Ao meu lado passava tudo o que passei
Comigo a miragem que nada mudou
Do voo rasante que nem começou
Do tempo apressado que nem reparei...

Sinto os meus gestos flutuar, devagar...

(Lados Errados, Toranja)

Wednesday 26 July 2006

Divagações


Quem me pode explicar tudo isto? Eu não, certamente. Mas (e essa é uma das lacunas da democracia) ninguém me pode impedir de tentar.

(Boca do Inferno, Ricardo Araújo Pereira)

Tuesday 25 July 2006

In a crowded city...


The road
The old man paved
The broken seems along the way
The rusted signs, left just for me
He was guiding me, his own way
Now the man of the hour is taking his final bow
As the curtain comes down
I feel that this is just g'bye for now.

(Man Of The Hour, Pearl Jam)

Friday 21 July 2006

À deriva...


Por vezes é preciso esquecer para poder continuar. Esquecer, ou pelo menos afastar para um lugar onde não andem à solta, fazendo estragos, provocando sentimentos à deriva, experiências que nos fazem temer que não somos nós que temos mão sobre a vida, mas ela tem a sua mão sobre nós.
(...) sabemos que é só uma pausa, que a inquietude dos dias vai regressar com as suas preocupações, dúvidas e angústias que nos mordem a nuca, o trabalho que nos salva e consome no tempo.

(A cidade depois, Pedro Paixão)

Tuesday 18 July 2006

Milagres acontecem

Não há qualquer profundidade nas palavras de hoje, mas também já não há sinapse que funcione a esta hora…
Depois de contornos de paciência, cedências de neurónios e inversão de arritmias, no meio de peões suicidas e condutores incautos, resta apenas dizer: HIP HIP URRA!
Mal acredito… Será mesmo verdade? Pois, olha, parece que simmmm! Eheheheh
Sou uma criatura encartada!!!!!!!!!!!!! Iupiiiiiiiiiiiiiii! Yehhhhhhhhhhhhhh! Uhuuuuuuuuuuu! Comboiinho!!!!!!

Wednesday 12 July 2006

De noite...


De repente o vazio. No momento preciso em que não estávamos à espera. O vazio. Sabes como é, claro. Quando se perde a direcção e o sentido e o tempo é uma muralha levantada à nossa frente. O tempo, por vezes, até parece que somos nós que o fazemos, que somos nós que temos que o fazer. [...]

Fecho os olhos e vejo-te. Vens a mim quando não te quero. Há coisas que não se devem querer. Tu és uma delas, doce veneno. Corremos sem saber se vamos a tempo de saltar. Se queremos. Nesta existência precipitada, imprevisível. De noite. Pequenos nadas.

(Nos teus braços morreríamos, Pedro Paixão)

Tuesday 11 July 2006

Tb quero!


Apetecia-me estar assim...
Perninhas dentro de águas...
No worries, great bath...
Verdadeira maravilha! =)

Monday 10 July 2006

Sou um guardador de rebanhos...


Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...


(O Guardador de Rebanhos, Alberto Caeiro)

Friday 7 July 2006

twisted thoughts that spin round my head...


All the pictures have all been washed in black, tattooed everything...
All the love gone bad turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all that I'll be...

(Black, Pearl Jam)

Thursday 6 July 2006

Somos os maiores!


Que pena da ementa não constar galo depenado au champinhon...
Não obstante, o ORGULHO mantém-se e saímos de CABEÇA ERGUIDA!
Terceiro ou quarto, pouco importa. Somos GRANDES e isso ninguém pode negar. Parabéns, pessoal! E... OBRIGADA! =)

Wednesday 5 July 2006

Quasimodo, quasicorridos


Que maravilha!
Até o Quasimodo - ele próprio franciú - virou as costas (mesmo marrecas) aos 'Croissants'! É assim mesmo!!!
Vamos mandá-los para casa com une baguete dans le rabinho.
Biba Portugali! =)

Tuesday 4 July 2006

Já pouco sobeja...


A principio é simples, anda-se sozinho
passa-se nas ruas bem devagarinho
está-se bem no silêncio e no burburinho
bebe-se as certezas num copo de vinho
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Pouco a pouco o passo faz-se vagabundo
dá-se a volta ao medo, dá-se a volta ao mundo

diz-se do passado, que está moribundo
bebe-se o alento num copo sem fundo
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E é então que amigos nos oferecem leito
entra-se cansado e sai-se refeito

luta-se por tudo o que se leva a peito
bebe-se, come-se e alguém nos diz: bom proveito
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Depois vêm cansaços e o corpo fraqueja
olha-se para dentro e já pouco sobeja

pede-se o descanso, por curto que seja
apagam-se dúvidas num mar de cerveja
e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

Enfim duma escolha faz-se um desafio
enfrenta-se a vida de fio a pavio
navega-se sem mar, sem vela ou navio
bebe-se a coragem até dum copo vazio

e vem-nos à memória uma frase batida
hoje é o primeiro dia do resto da tua vida

E entretanto o tempo fez cinza da brasa
e outra maré cheia virá da maré vazia
nasce um novo dia e no braço outra asa
brinda-se aos amores com o vinho da casa
E VEM-NOS À MEMÓRIA UMA FRASE BATIDA
HOJE É O PRIMEIRO DIA DO RESTO DA TUA VIDA.


(Primeiro Dia, Sérgio Godinho)

Porque há situações, momentos, instantes que evoluem sem dar-mos conta...
Porque o controlo foge-nos quando menos esperamos...
Porque hoje estou assim... E tudo isto faz sentido...

Monday 3 July 2006

Foi você que pediu?


Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente e imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!

Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

[...]

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.

Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

(A Portuguesa, Henrique Lopes de Mendonça)

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