memórias residuais

Saturday 17 November 2007

As nossas vidas são todas diferentes e igualmente irreparáveis. Ninguém tem razão para ser mais lastimado que o outro. Cada um tem direito de ser lastimado e de lastimar o outro. Mas não o fazemos. Temos todos um ar corajoso e a nossa presença não passa despercebida em nenhum ambiente. (…)
Sentados à volta da mesa de café, move-nos uma fúria em esgotar o tempo com palavras. Em silêncio extinguimo-nos. É a única certeza. Sofremos por saber como cada um precisa de ajuda urgente e somos incapazes de o ajudar no que quer que seja. (…)
Nem há ninguém que nos acuda se não suportamos ninguém. Sim, incansavelmente escavamos túneis dentro de nós para aí nos perdermos...

(Amigos, Pedro Paixão)

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